29 de agosto de 2009

Internet na TV

Quando o Governo decidiu pelo padrão de modulação de TV digital, uma das promessas era o acesso à internet em alta velocidade pela televisão. Estamos com dois anos de adoção do sistema japonês e nem a interatividade chegou. Imagina quanto tempo vai levar para a internet povoar os lares brasileiros…

Na quinta-feira 27/08 eu estive na SET – Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão – e participei parcialmente de um painel promovido pela Samsung, Terra e Globo.com. O nome do painel era “ TV Broadband”. Eu chamaria o painel de Internet na TV. Vou explicar: o painel, apesar de me parecer uma grande propaganda da LED TV da Samsung, mostrou que a fabricante não está disposta a esperar que o modelo brasileiro traga a internet para a tela. Em acordo firmado entre o Portal Terra e a Samsung, quem possuir um LED TV, que traz recursos de conectividade sem fio e por cabo, pode acessar conteúdos exclusivos daquele portal, através de um menu do aparelho dedicado para isso. A TV tem um menu de widgets que permite instalar vários desses micro-programinhas para ter acesso às informações que o usuário decidir. Por exemplo: quer a previsão do tempo? Instale o widget “Previsão do tempo”. Últimas notícias? a mesma coisa.

Nesse momento, a coisa parece muito simples, mas note que o Terra tem um serviço chamado Terra TV. Seria essa a oportunidade de termos vídeos via internet na tela da TV? Acredito que não. Quem pagaria R$ 5000,00 para ter uma TV de alta definição e assistir vídeos via internet em baixa qualidade? Lembrando que toda a infra-estrutura deve pré existir para que o aparelho se conecte à internet, seja uma rede sem fios ou cabeada. Nada de internet pelo sinal de TV digital.

Pode-se pagar algo como R$ 1500,00 reais e comprar um notebook mediano que faz a mesma coisa. E ainda navega em páginas, coisa que a LED TV não faz. O produto é sem dúvida muito bom e traz um recurso diferencial para os consumidores, mas eu gostaria mais de ter um disco rígido dentro dela e poder gravar meus programas para assistir depois, coisa que a LG TimeMachine Digital faz. E pelo preço que a Samsung está cobrando pela LED TV, quase compro duas TimeMachine Digital…

Penso que, a curto prazo, o futuro será a TV sendo exibida pela internet e não a TV exibindo recursos de internet. Posso estar errado, mas para quê ver a previsão do tempo ou últimas notícias na tela da TV se posso conseguir isso no celular?

E por falar em celular, onde estão os celulares com TV digital? Somente lembro de um, da Samsung! Seria a velha estratégia de “atirar para todos os lados”?

4 de agosto de 2009

O novo Windows seria realmente novo?

A Microsoft está em fase final de projeto do novo Windows 7 e a empresa afirma que o sistema operacional está no “estado da arte”.

Antes de deixar minhas impressões, gostaria de comentar o nome comercial do sistema. Há um bom tempo a Microsoft usava números para identificar a versão do Windows (e outros aplicativos) e depois mudou a identificação para o ano de lançamento. Enfim, o sucessor do Windows 3.11 foi o Windows 95, depois o Windows 98, o Windows Millennium Edition. Num determinado momento a M$ lança um tal de Windows XP. E o que significa XP? Para quem nunca pesquisou isso vai a informação: eXPerience. Seria então o Windows eXPeriência? Não exatamente. Experiência nesse caso seria a “inovadora” experiência que o usuário teria ao usar o Windows XP. De inovador o Windows XP trouxe a estabilidade ao sistema da Microsoft. Apenas isso.

O Windows Vista, que no projeto era chamado de “chifrudão” (longhorn e em tempo: longo chifre) tem um nome pouco significativo. Não consegui encontrar no idioma britânico alguma idéia que remeta à palavra vista. No idioma lusitano, parece que seria a “visão” do Windows.

Já o Windows 7, segundo a MS, traz novamente o número da versão para identificar o produto. Muito cômodo, levando em consideração que o Windows 7 seria a sétima grande atualização do sistema. O marketing da M$ diz que esta seria a versão “perfeita” do Windows, e como um amigo bem lembrou, 7 é considerado o número da perfeição. Neste caso eu não acredito em coincidências.

Agora, falando no sistema, tentei testar no meu computador uma versão beta, não lembro exatamente qual. Minha surpresa se deu quando o programa de instalação trouxe uma mensagem melancólica informando que meu notebook não possuía os requisitos mínimos para rodar o Windows 7. Um Core 2 Duo 1.66 GHz com 2 GB de RAM? Estranho. Tratava-se de um bug no instalador daquela versão.
Instalei o Windows 7 RC (release candidate – candidato a lançamento) e este sim, instalou-se categoricamente no meu computador. Os requisitos de hardware do Windows 7 são exatamente os mesmos do Windows Vista, o que me leva a acreditar que trata-se de um conjunto de melhorias para o antecessor. Ao rodar na minha humilde maquininha, percebo que além de muito parecido com o Vista, ele roda muito mais rápido, coisa que versões novas do Windows nunca fazem. Então nas melhorias reside uma otimização geral do código do sistema operacional. O Windows 7 e  o Windows Vista compartilham o mesmo núcleo, revisado no mais atual.

Para quem usa o Windows Vista a nova versão não trará grandes novidades (meu caso e novamente em tempo: muito satisfeito com o sistema, que apesar de pesado, sim devo admitir, trouxe mais estabilidade do que o XP quando usado da forma correta, com programas compatíveis com ele). Uma reforma na barra de tarefas, que ficou muito mais útil e parecida com o dock do Mac OS X, uma nova forma menos rígida e mais eficiente de atuar do UAC (User Access Control – Controle de Acesso do Usuário – recurso este que acho foi o grande vilão para a má fama do Windows Vista e que ao meu ver foi uma mudança de paradigma para o usuário comum aumentando a segurança), o fim do Windows Ultimate Extras (que foi o grande fiasco do Windows Vista Ultimate) e o ambiente Virtual XP que emula o Windows XP para rodar programas incompatíveis, mas exige que o processador da máquina tenha suporte à virtualização (no Windows Vista basta instalar o Virtual PC e depois instalar o Windows XP que fica exatamente a mesma coisa sendo que o Vista não exige um processador com suporte à virtualização).

Apesar de tratar-se de um Windows novo, me parece que foi um pouco de mais do mesmo. A tentativa aqui não é lançar um produto novo, mas esconder o “fracasso” do produto anterior. Não tão fracasso, porque o Windows Vista foi responsável por quase dobrar o lucro da M$ no último período fiscal. Ao que me parece, trata-se de uma atualização do Windows Vista que poderia ser algo como um gigantesco Windows Vista Service Pack 3.

Continuo usando o Windows 7 RC no meu notebook e posso afirmar: ele é bom. Funciona muito bem, é estável, é mais rápido que o Windows Vista. Mas quem tem o Vista rodando bem não se sentirá tentado a atualizar para o Windows 7. Acredito que esta versão será para dar o derradeiro golpe de misericórdia no Windows XP.